sexta-feira, 6 de março de 2009

De volta.

Bom, na falta de paciência para descrever toda vez as mesmas coisas sobre nosso ofício e no intuito de informar meus alunitchos carentes e cada vez mais insistentes em ler mais de meus escritos, aí vai.

Revimos hoje a cena do Velhinho.
Peguei no pé do ator porque ele não pensou verdadeiramente no propósito de seu personagem e, depois de eu insistir, quando ele descobriu, um apegou-se a ele de tal forma que o resto da cena inteira ficou sem mudanças. Ou seja, tudo numa mesma energia. Isso é, como já disse, um problema sério, pois é necessário sempre estar aberto às transformações que surgem ao longo da cena. Cada transformação é uma nova justificativa e pressupõe, obviamente, uma mudança de propósito. Essa correlação é constante e é o que dá a mágica da cena. Ou melhor, a noção de "jogo" constante. Afinal, tudo está em constante mudança e a personagem não é excessão desse processo. Pelo contrário, é a prova cabal disso.

Muito boa composição de cena, porém a partitura de ações ainda está sem seus aspectos internos fundamentais bem resolvidos e isso tira um pouco o mérito da cena. A vontade de discutir ao invés de entender. De já saber ao contrário de aprender é o que mais mata. É de uma vaidade prejudicial, porém, confesso, até divertida pra mim. Me faz reafirmar e reformular meus pontos constantemente. Talvez eu deva gerar mais conflitos deste tipo.

De qualquer forma, a cena precisa ainda se adequar às novas mudanças que ela suscita com o mesmo rigor que trabalhamos praticamente as primeiras duas unidades de ação da cena. Tenho certeza de que há muitas mais ainda escondidas e,creio, o ator irá estudá-las com afinco para sua avaliação final.





Também houve a entrega de um trabalho atrasado. A cena do hipermercado.
Questões de visualização ainda pegam muito na cena (dificuldade, aliás, geral da parte da maioria dos alunos. Maioria, não, todos.) Por isso, é importante lembrar que a leitura dos livros do Stanis será ainda cobrada como parte da disciplina (peso 3 da nota final, creio eu) pois ela é fundamental para o entendimento dessas coisas a que me refiro constantemente e que nenhuma explicação minha será melhor que a experiência de esforçar-se para compreender a leitura. Por isso, LEIAM, porra!
Afora isso, interessante abordagem de um conflito cotidiano, porém, ainda, com pontos soltos importantes e, até, imperdoáveis. Onde? Razoável. Entendi, mas pouco detalhado quanto ao que havia à sua volta, às outras pessoas na fila, àquelas revistas, balinhas e distrações que ficam próximas aos caixas. De onde vinha, para onde ia, que horas eram... etc.(Quem não sabe onde está, não sabe como se comportar.)
Pra que? Não ficou claro. É importante que se seja rigoroso nisso, sob o risco de não se aprofundar na cena (como no caso do velhinho) e fazê-la à 60% apenas. (Quem não sabe o que quer, não sabe pra onde vai)
Por que? Mesma coisa. Motivos em geral não ajudam. É preciso justificá-los adequadamente para que haja inteireza de sua parte. (Quem não sabe por que faz, não tem motivação.)

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