Nossa última cena vista foi a do aborto. Creio que a atriz ficou um pouco frustrada com o tempo dedicado a explicações e correções às "respostas" de sua cena. Desculpe.
Contudo, a beleza do processo de criação do ator reside na necessidade de se pensar por inteiro. Analisar o personagem, seu ponto de vista, objetivo, passado, razões, ambiente, etc... não é um processo "mental". Tampouco "corporal", se é que ainda há quem acredite nessa dualidade. O ator pensa com o corpo tanto quanto sente com a mente. Só assim se pode entender a vida dessa figura que vamos representar. No I Ching (Livro das mutações chinês) há a frase: "O coração pensa o tempo todo." E ela nos serve como uma luva para falar desse processo. A composição é um processo dinâmico, constante. Erra-se, volta-se atrás, começa-se de novo ou, até, por milagre, se acerta na primeira sem outra explicação que não: "Não sei, rolou." Mas não conte com isso, não é a regra. Na maioria dos casos, é um mar de sofrimento e incerteza. Cego um tiroteio. E por aí vai...
Por isso, insisti nas respostas. Elas é que nos permitem entender o mundo daquele papel. Encontrar as ações físicas adequadas. Os objetivos da cena. Os estímulos que nos ajudam a realizar tudo isso. O ator pode ser tudo, menos burro. E sua inteligência deve abranger-lhe todo. Corpo, espírito e alma.
À cena, falta ainda, a descoberta dessas ações físicas que são fruto dessas respostas corretas. Daí a frase: Pensar com o coração.
Chegaremos lá.
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2 comentários:
Nossa, como demorou essa postagem heim!
O maldito trabalho psicofísico! Uma delícia quando "rola"...! Vou sentir falta de vc essa semana atormentando minha vida!
"O ator pensa com o corpo tanto quanto sente com a mente." Isso é lindo. E faz TODO sentido.
Suas palavras alimentam minha alma. Os dias da semana nunca são mais importântes que os sábados.
Adorei o blog!
até sábado e não esqueça a fantasia!
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